quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Castelo dos horrores


Paul Klee, Angelus Novus


Toda cidade tem seus monumentos à tragédia. Em Recife, às margens do Capibaribe, há uma escultura em homenagem aos torturados durante a ditadura militar. Se você está no Rio, observa a Candelária. Se vai à Salvador, visita o Pelourinho. Em Berlim, vai a um campo de concentração. Em Nova York, ao World Trade Center (ou às ruínas, ao menos).

Parece que toda história é isso, dor e morte. E faz todo sentido aquilo que Benjamin falou, de que o anjo da história, na verdade, está de costas para o futuro enquanto a ele se dirige. O anjo olha a barbarie e dela tenta se afastar. É assim que a humanidade caminha de tragédia em tragédia. E sempre olhando fixamente o caos. Para quê? Para construir um futuro melhor?

Bauduin morto, Foy ferido, o incêndio, o massacre, a carnagem, um regato de sangue inglês, francês e alemão furiosamente misturados, um poço atulhado de cadáveres, os regimentos de Nassau e de Brunswick destruídos, Duplat morto, Blackmann morto, os guardas ingleses mutilados, vinte batalhões franceses, dos quarenta componentes da divisão de Reille, completamente dizimados, três mil homens, somente na ruínas de Hougomont, feridos, despedaçados, degolados, fuzilados, queimados; e tudo isso para que uma camponesa hoje diga a um viajante: - Meu senhor, dê-me três francos e, se quiser, eu lhe explico como é que foi a coisa em Waterloo!


Para tudo virar passeio, oras! Um viva à memória que não se esquece só para render bons souvenirs e algum trocado aos guias turísticos!

3 comentários:

Rafael Sotero disse...

Os nossos 10 torturados militares estão agora represetandos (nem sabia que aquilo significava isso). Acho que o Santinha merece uma peça de arte agora que está na série D. Afinal, foi um massacre de uma população inteira sua queda.

Espera só eu assumir o poder! bwahahaha! >=D

Andréa disse...

medo!!

Unknown disse...

aha. medo!! [2]