sábado, 23 de agosto de 2008

Olimpiadas (sem acento)

Ok, depois do ouro no salto e no vôlei, esse texto que deixo aqui fica datado. Mas o espírito inconformado ainda me ronda. Então, deixo com vocês esse artigo que fiz para a cadeira de Redação 3.

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DO DESASTRE OLÍMPICO BRASILEIRO
(21/08)

Quem tentou acessar o site do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), na madrugada dessa terça-feira (dia 19), tomou um susto. Logo na página inicial, abaixo do quadro de medalhas, havia uma mensagem enfática (e pouco ortodoxa): “O Brasil está um lixo nessa olimpíada”. A frase, claro, não foi escrita pelo Comitê. Essa “pichação” foi presente de um hacker, que deixo a olhos vistos o que está por baixo do nosso tapete patriótico: o Brasil está, sim, um lixo nessas Olimpíadas. Somos um fracasso homérico.

O clima que precedeu os Jogos não poderia ser mais favorável ao nosso país. Os 277 atletas da delegação brasileira, a maior que já tivemos em toda a história, vinham, na sua maioria, de bons resultados nos últimos Jogos Pan-Americanos. No Pan do Rio, em 2007, conquistamos 927 medalhas e estivemos no primeiro lugar do pódio 241 vezes. Além disso, a estrutura física construída na cidade-sede, que vai desde parques aquáticos a ginásios de atletismo, deu maiores condições de treino aos nossos atletas.

O ministro dos Esportes, Orlando Silva Júnior, dias antes da abertura das Olimpíadas 2008, dizia que um bom objetivo para a nossa delegação seria superar o número de medalhas conquistadas em Atenas (10 ao total - 5 de ouro, 2 de prata e 3 de bronze). O otimismo era geral até nos mais céticos.Hoje, porém, estamos a três dias do fim das competições em Pequim e não conseguimos nem igualar a marca de quatro anos atrás: conquistamos 8 pódios (um ouro, 2 pratas e 5 bronzes).

O Brasil amarga um vexatório 33º lugar no quadro de medalhas, ficando atrás de grandes “potências olímpicas”, como Etiópia (com duas medalhas de ouro e uma de prata), Cazaquistão (1 ouro, 4 pratas e 5 bronzes) e Zimbábue (1 ouro e 3 pratas).Nossas grandes “promessas” se despediram da China com o recorde mundial de choros e desculpas. Outros atletas chegam em “honrosos” trigésimos lugares e declaram-se satisfeitos com seu desempenho. Quanto aos demais, você nem ouviu falar deles: provavelmente foram eliminados já nas primeiras etapas da competição.

Os resultados nada expressivos conseguem bastante destaque da mídia e até geram certa comoção nacional. A exaltação de quintos e oitavos lugares não surpreende se pensarmos que em esportes como a Ginástica, até duas olimpíadas atrás, nossas chances de medalhas eram nulas. Mas o eterno discurso do “o importante é participar” nos impede de superar os resultados pífios que nossos atletas conquistam historicamente nos Jogos. Acabamos com uma grande louvação ao fracasso e avançamos poucos passos em direção a resultados expressivos.

Todos sabem das dificuldades que nossos atletas enfrentam para “chegar lá”, do outro lado do mundo. Faltam patrocinadores para os esportistas. A estrutura física para treinamento em muitas modalidades é inadequada e insuficiente. É necessário ressaltar toda justa lista de reclamação dos competidores brasileiros. Mas, como mencionou o próprio ministro Orlando Silva, não adianta mais investimentos públicos se não houver comprometimento com resultados.

Enquanto um quarto lugar no Vôlei de Praia feminino e um 37º. lugar na Marcha Atlética forem olhados como “o melhor que pudemos fazer”, o Brasil continuará correndo nas últimas raias. Quando lanço a luz da tocha olímpica sobre o nosso vexame, há quem me diga: “onde está seu espírito esportivo?”. Se você se perguntou a mesma coisa, leitor, eu respondo: “meu espírito esportivo está entre aqueles que não foram a Pequim passear”. Esses sim são os atletas vencedores – que, é verdade, nem sempre vencem (veja o caso da nossa seleção feminina futebol). A todos eles (e elas), meu profundo apreço.

2 comentários:

Rafael Sotero disse...

Não entendi o ponto do texto. Quer falar mal, mas elogia quem fez algo. Esse tipo de opinião é senso comum. Você deveria ter buscado algo para se diferenciar.

Lembrando que eu fiquei triste quando o Brasil passou a Mongólia. Genghis Khan rulez!

Andréa disse...

Na sala, não concordaram comigo. Não pq vc concorda comigo q a opinião seja seja senso comum =DDD